Mal sentou na cadeira presidencial, Dilma Rousseff já dá sinais de que não vai facilitar para os trabalhadores, ao contrário do que dizia durante a campanha. A aprovação de propostas prejudiciais ao trabalhador vem desde o governo Lula e é motivo de apreensão entre os servidores públicos. Segundo a Condsef, as publicações dos decretos 7.395/10 e 7.430/11 e da Medida Provisória 520/10 são provas das dificuldades que os servidores deverão enfrentar
O decreto 7.395 foi uma herança do presidente Lula, que o aprovou no finalzinho do seu mandato, sem dar chances de negociações com os servidores públicos. O documento estabelece remuneração diferenciada para contratações temporárias na recém criada Secretaria da Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde. Tal decisão é um desrespeito com servidores efetivos que estão no órgão há mais de 30 anos e agora veem trabalhadores temporários realizando as mesmas funções que as suas e ganhando até três vezes mais. Os efeitos desse decreto deverão se espalhar por diversos setores da administração pública. E falando em Saúde Indígena, é válido lembrar o decreto 7056/09 que extinguiu a Funai em Pernambuco, promovendo um verdadeiro desmonte na instituição.
Outra herança do governo passado foi a MP 520/10, criadora da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A empresa vai trabalhar sob forma de sociedade anônima com personalidade jurídica de direito privado. A MP foi aprovada no último dia de 2010 aos moldes do Projeto de Lei 92/07, que sofreu fortes protestos das sociedade e entidades de classe. Além de ter criado a EBSERH, a MP 520 permite contratos temporários, dispensa licitações e contratações por concurso público na saúde pública.
Outra medida que reforça as distorções é a Lei 12.277/10, que criou tabelas salariais diferenciadas apenas para cinco cargos de nível superior da administração pública: engenheiros, arquitetos, economistas, estatísticos e geólogos. Cerca de 2 mil servidores foram beneficiados e mais de 88 mil que também possuíam nível superior, passaram pelos mesmos concursos e executam funções semelhantes, recebem a metade dos contemplados com a nova tabela remuneratória. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) chegou a informar que iria igualar essas tabelas, mas até agora nada foi feito. Tal pendência consta no documento assinado entre Condsef, CUT e SRH do MPOG, o memorial de demandas. Quanto ao decreto 7.430/11, Dilma Rousseff o publicou logo no início do seu governo, transferindo o Arquivo Nacional da Casa Civil para o Ministério da Justiça sem dar justificativa aos trabalhadores do órgão. A ação autoritária deixou servidores indignados.
TERCEIRIZAÇÕES
Outro problema é o das terceirizações que o governo insiste em manter, mesmo depois de ter assinado acordo com o Ministério Público garantindo que iria substituir os funcionários terceirizados por concursados. Na Ciência e Tecnologia, por exemplo, há servidores que aguardam convocação e seguem esperando a lei ser cumprida para assumirem cargos concursados.
LUTA
Todas essas ações estão promovendo uma onda de insegurança entre os servidores do Executivo Federal. A Condsef reforça que só através de muita luta, união e mobilização, os servidores serão capazes de reverter esse quadro.
“Essa reação não poderá tardar. Deve ser imediata e forte. Não apenas para garantir melhores condições de trabalho e de vida para os servidores, mas para prestar um serviço adequado e eficiente para a população brasileira”, diz a secretária geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira.
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